Aumento da oferta de arroz alivia pressão de preço ao consumidor

Bruce Petersons
Bruce Petersons

Há cerca de um ano, o preço do arroz era um dos temas mais comentados do Brasil. Não faltaram memes na internet fazendo graça sobre o recorde histórico observado no mercado doméstico, com figuras até de carros fortes escoltando o cereal, por exemplo, dada a escassez do produto. De lá para cá, não faltou arroz. O abastecimento do tradicional alimento do brasileiro foi garantido, mesmo que com cotações mais altas. O mercado se ajustou e o IBGE projeta agora aumento de 4,1% na produção em 2021, com total de 11,5 milhões de toneladas. A resposta do campo veio e o aumento da oferta trará alívio aos preços, que se afastaram dos patamares recordes observados em 2020.

Em agosto do ano passado, a alta do cereal estava ganhando fôlego, e chegamos a ver a saca sendo negociada acima de R$ 100, patamar historicamente alto. Neste ano, está valendo menos de R$ 80 — base indicador Esalq/Senar Rio Grande do Sul. No grupo alimentação, dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, as famílias pagaram menos pelo arroz, um recuo de 2,35% em julho ante junho. Mesmo que o pico de preço tenha ficado para trás, ainda teremos que observar os efeitos do fenômeno La Ninã na produção brasileira, além do volume de exportação e produção para entendermos com clareza a perspectiva desse mercado de agora em diante. Não há no radar sinais de que a saca voltará em breve a valer mais do que R$ 100 ao produtor, o que dá certo alívio ao consumidor. Já o produtor enfrenta custos altos e deverá seguir com margens apertadas.

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