Bolsa sobe com alívio internacional e Fed e Copom no radar; dólar retrai

Bruce Petersons
Bruce Petersons

O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, opera em alta nesta quarta-feira, 22, com o alívio dos mercados globais após avanço na resolução dos débitos da Evergrande e com as decisões de políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos. Por volta das 12h20, o índice registrava avanço de 2%, aos 112.488 pontos. O pregão desta terça-feira, 21, fechou com avanço de 1,3%, aos 110.249 pontos. Já o dólar operava com leve queda de 0,1%, cotado a R$ 5,281. A divisa chegou a bater a máxima de R$ 5,292, enquanto a mínima não passou de R$ 5,252. O câmbio encerrou a véspera com recuo de 0,84%, a R$ 5,286. “A principal causa do alívio vem do avanço na direção de um acordo para a crise da Evergrande, que afirmou que uma de suas unidades, a Hengda, fará o pagamento de cupons de seus títulos de dívida em yuans após acordo com seus credores. Além da confirmação do pagamento de parcela da dívida doméstica nesta quinta-feira por parte da subsidiária da Evergrande, o governo chinês anunciou a injeção de US$ 18,5 bilhões no sistema financeiro, na tentativa de conter os efeitos negativos da crise sobre os mercados”, afirmou o time econômico do Banco Original.

Mercados em todo o mundo aguaram pela posição do Banco Central dos EUA (Fed, na sigla em inglês), sobre os rumos da política monetária em meio ao processo de recuperação da maior economia do globo. Analistas esperam que a entidade mantenha os juros em níveis mínimos, mas dê sinais da diminuição da compra de títulos públicos, atualmente em US$ 120 bilhões por mês. O anúncio deve trazer receio ao mercado pelos impactos na redução no ritmo de crescimento econômico norte-americano, que reflete no processo de recuperação de todo o mundo. Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve acrescentar 1 ponto percentual na Selic e elevar a taxa básica de juros a 6,25% ao ano. O movimento do Banco Central é esperado pelos analistas em meio aos esforços para conter a contaminação das expectativas da inflação de 2022 pela disparada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021. A alta, que aproxima a Selic do nível neutro de 6,5%, deve ser continuada nas próximas reuniões do colegiado e ameaça a retomada da economia no próximo ano por impactar no aumento dos juros e da tomada de crédito.

Ainda na pauta doméstica, a Câmara dos Deputados deve instaurar hoje a comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios. A solução das dívidas da União, que em 2022 foram a R$ 89,1 bilhões, é fundamental para o planejamento orçamentário e a elevação do Auxílio Brasil, o programa social que vai substituir o Bolsa Família. Em reunião nesta terça-feira, os presidentes da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, acordaram em manter a solução dos precatórios dentro do teto de gastos. A proposta que deve ser votada no Congresso determina a criação de um limite anual de pagamentos de aproximadamente R$ 40 bilhões. O restante pode ser quitado de outras formas, como encontro de contas, compensações ou a realização com ativos. Os valores que não se encaixarem nessas medidas devem ser rolados para 2023.

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