Brasil acelera na vacinação contra a Covid-19, mas Estados e municípios devem evitar a politização

Bruce Petersons
Bruce Petersons

A vacinação contra a Covid-19 no Brasil ainda tem tomado as manchetes em todas as mídias e, neste momento, por um fato positivo. Aceleramos a vacinação quando comparamos ao primeiro trimestre do ano, e temos uma aceitação por parte da população mais consistente. Os dados comparativos com os Estados Unidos apontam para uma adesão brasileira bem maior e já caminhando para superioridade na primeira dose e na segunda dose de qualquer vacina administrada. As informações científicas são cada vez mais rápidas e mostram que a efetividade da imunização na vida real se faz necessária realmente prevenindo infecções graves e óbitos. Casos sintomáticos e leves previnem também, porém com menor eficácia – e isto sabemos desde o início. A grande novidade, debatida em vários países, é a questão da terceira dose. O Brasil não poderia ficar para trás, e nossos especialistas aprovaram a dose de reforço, porém com critérios de elegibilidade pautados em estudos científicos.

O ministro da Saúde anunciou que iremos, a partir do dia 12 de setembro, fazer o reforço para indivíduos acima de 70 anos e pessoas imunossuprimidas. Neste grupo, incluem-se pacientes transplantados, em uso de quimioterapia, usando corticoide em altas doses e indivíduos portadores de infecção pelo HIV/Aids. Existe a ressalva de que todos nestes grupos irão fazer uso de novo imunizante independentemente da vacina aplicada no primeiro esquema, ou seja, CoronaVac e AstraZeneca/Oxford. Esta população foi a primeira, ao lado dos profissionais da saúde, a fazerem uso e, naquele momento, eram disponibilizadas apenas estas vacinas. A terceira dose será feita com Pfizer ou Janssen, de acordo com o quantitativo das vacinas na sua distribuição aos Estados. Outra consideração é que, após seis meses da segunda dose, já podem procurar as unidades de saúde e postos de vacinação. Assim, antes de sair de casa, checar a carteira de vacinação com as datas marcadas. A medida não deve impactar as filas nos postos, até mesmo porque o contingente dessa população não é dos maiores. Com essa atitude, estaremos protegendo mais cidadãos. Outro ponto importante é a questão de encurtar o intervalo entre as doses de Pfizer e AstraZeneca. E por último: a possibilidade de um laboratório nacional passar a fabricar em nosso solo a vacina da Pfizer. Será um ganho enorme e irá agilizar ainda mais a nossa campanha atual de vacina e as futuras que virão.

Isso tudo mostra que estamos indo bem, finalmente. Precisamos apenas alinhar que Estados e municípios tenham a mesma leitura do Programa Nacional de Imunização (PNI) e que não se politize a vacinação. Temos de estar unidos neste momento em que a variante Delta avança no mundo todo. Nossos números têm diminuído em casos e, sobretudo, em internações hospitalares e óbitos. Nossas UTIs têm trabalhado neste momento com ocupação bem menor na maioria dos Estados. Vamos vencer esta guerra. É questão de tempo e participação de todos. A vacina contra a Covid-19 vai nos acompanhar por longos anos. O importante é não adoecer e falecer. Tudo vai melhorar em nosso país: a economia, a alegria do povo, a autoconfiança. Vamos seguir dia após dia. Galgar degraus na escala da vacinação.

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