Brasil ultrapassa pela primeira vez 2 mil mortes por Covid em 24 horas

Bruce Petersons
Bruce Petersons

Um dias após registrar 1.972 novos óbitos, o Brasil voltou a bater o recorde de mortos diários pela Covid-19 ao registrar mais de 2 mil mortes nas últimas 24 horas. Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), foram contabilizadas 2.286 novas vítimas fatais, aumentando o total para 270.656. No mesmo período, foram registrados 79.876 novos casos da doença, elevando o número de infectados pelo novo coronavírus e suas variantes para 11.202.305. Os dados foram disponibilizados pelo Conass por meio de atualização de boletim informativo feito às 18h desta quarta-feira, 10. No momento, o Brasil é o terceiro país com mais casos de Covid-19 (atrás de Estados Unidos, com 29 milhões, e Índia, 11,3 milhões) e o segundo com mais óbitos causados pela doença (perde apenas para os EUA, com quase 530 mil).

Os indicadores também mostraram novo aumento nas últimas 24 horas. A taxa de mortalidade foi para 128,8 a cada 100 mil habitantes, enquanto que a taxa de incidência da doença foi para 5.330,7. Os números comprovam que o Brasil vive o pior momento desde o início da pandemia, em março de 2020. Segundo a Fiocruz, 25 capitais brasileiras estão com a taxa de ocupação de leitos de UTI superior a 80%, sendo que apenas Maceió e Belém não estão nesse grupo. A pior situação é de Campo Grande, que está com ocupação de 106%. Para conter o avanço da pandemia no Estado, São Paulo anunciou 338 novos leitos até o fim de março.

O cenário deverá piorar ainda mais, de acordo com especialistas. Avaliação interna do Ministério da Saúde prevê mais de 3.000 mortes nas próximas semanas. Alexandre Naime, chefe de infectologia da Unesp e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, concorda. “Muitos cientistas já projetam que se nada for feito de forma emergencial, o Brasil pode chegar à marca de 3 mil óbitos por dia nas próximas semanas”, disse o médico em entrevista à Jovem Pan. Em março, o país só não contabilizou mais de mil mortes no dia 8 (987). Não à toa, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) manifestou preocupação com o colapso da saúde em diversos Estados brasileiros. “Estamos preocupados com a situação no Brasil. Esse é um duro lembrete da ameaça de ressurgimento, já que áreas muito afetadas pelo vírus continuam bastante vulneráveis às infecções”, disse a diretora Carissa Etienne.

Nesta quarta-feira, 10, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou um projeto de lei que permite a compra de vacinas contra a Covid-19 por parte dos Estados, municípios e setor privado caso a União não adquira doses suficientes para grupos prioritários previstos no Plano Nacional de Imunização. Durante a entrevista coletiva para anunciar a notícia, o presidente usou máscara e adotou discurso sereno a respeito da pandemia. “Não desamparamos o povo brasileiro. Não se tem notícia no mundo de um projeto social de tamanha envergadura, atentando os mais humildes e os mais necessitados”, falou. Seus aliados — sobretudo os filhos Carlos, Eduardo e Flávio — expressaram preocupação com a pandemia, apoio à vacina e tentaram passar a imagem de que o governo está empenhando no combate ao coronavírus.

Números da Covid-19

Número de casos nesta quarta: 76.876
Número de casos: 11.202.305
Número de mortos nesta quarta: 2.286
Números de mortos: 270.656
Números de pessoas vacinadas: 9.013.639*

*Segundo o Consórcio de Veículos de Imprensa

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