Campos Neto vê crise energética ‘longe do fim’ e Guedes admite ser o ‘pior momento da inflação’

Bruce Petersons
Bruce Petersons

O aumento da conta de luz, anunciado pelo governo por causa da crise de energia elétrica, deverá pesar duas vezes no bolso do consumidor, uma vez que o reajuste também vai influenciar na inflação. O ministro da Economia, Paulo Guedes, admite que o país enfrenta o “pior momento da alta de preços”, com índices entre 8% e 9%, mas que a expectativa é de 7% para o final do ano. Para 2022, o cenário é mais otimista e a inflação deve voltar a 4%. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu nesta sexta-feira, 3, que a crise de energia dá sinais de estar “longe de uma solução final”. “A eletricidade tem o poder de disseminar na cadeia esse aumento, temos olhado isso de perto, vamos acompanhar. Muito importante acompanhar essa parte hídrica nos próximos meses, lembrando que a gente entende que é mais de preço que de racionamento, porque se temos uma chuva um pouco abaixo da média, ainda os reservatórios ficam acima de 10%, isso não implica racionamento.”

O ministro Paulo Guedes voltou a criticar os impostos sobre a folha de pagamento, classificados por ele como um “mecanismo de destruição de empregos em massa”. Ele defende a discussão da desoneração mais ampla da folha. Enquanto isso não acontece, ele considera que o Senado Federal cometeu um erro ao rejeitar a Medida Provisória 1045/2021, voltada para programas de geração de emprego. O governo federal, que trabalha para aprovar as reformas, quer que o Congresso Nacional regulamente a lei que estabelece uma alíquota única de ICMS sobre os combustível. Nesta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro encaminhou recurso ao Supremo Tribunal Federal pedindo que seja estabelecido o prazo de 120 dias para que os parlamentares aprovem uma lei complementar que estabelece uma taxa única para o imposto estadual.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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