Carille vai dar certo no Santos? Veja o que dizem os comentaristas da Jovem Pan

Bruce Petersons
Bruce Petersons

Fábio Carille começa a sua trajetória à frente do Santos neste sábado, 11, na partida diante do Bahia, na Vila Belmiro, válida pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro. Multicampeão no rival Corinthians, o treinador chega com a missão de substituir Fernando Diniz, que não conseguiu aplicar bem o seu conceito de jogo e deixou o Peixe perto da zona de rebaixamento. Mas, afinal, será que o novo comandante terá sucesso em sua passagem pelo Alvinegro praiano? Para responder esta pergunta, o site da Jovem Pan escutou os especialistas da casa. No entendimento do narrador Nilson Cesar e do repórter Diogo Mesquita, setorista Santos, o futuro é promissor.

“É uma boa escolha da diretoria. O Santos precisa ter um time com uma cabeça diferente da do Diniz porque perdeu seus principais jogadores. Tecnicamente, os grandes jogadores foram embora. De qualidade, o time só tem agora o Marinho, que não está conseguindo jogar por contusões. Então, o Santos precisa ter um time mais reativo do que ofensivo. O futebol é bonito porque há várias formas de jogá-lo. O DNA do clube é outro? Sim, mas com Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Com Robinho, Diego e Neymar também. Agora, se o time só tem garotos e não é nada excepcional, é melhor ser reativo”, analisou Nilson Cesar. “Ele é um treinador que prioriza a defesa ao ataque. Isso pode ser uma coisa boa para o Santos, que tem a segunda pior defesa do Brasileirão. Atualmente, o time tem um sistema defensivo muito confuso, pouco organizado. Por isso, Carille pode deixar o setor mais eficiente e menos vulnerável. A sequência do time é complicada e, se continuar assim, pode transformar-se em uma situação dramática. Se não é o ideal historicamente para o Santos, é o que o clube precisa neste momento”, acrescentou Diogo Mesquita.

Mauro Beting, no entanto, entende que a mudança brusca no estilo de jogo não é o melhor caminho para o Santos. Para embasar sua análise, o comentarista da Jovem Pan citou exemplos de insucesso no rival São Paulo. “Eu não gosto desse cavalo de pau que alguns clubes fazem durante o campeonato. Pegando outro exemplo, para não ir tão longe, o São Paulo saiu do Juan Osorio e foi para o Doriva. Depois, em 2018, foi do Diego Aguirre para o André Jardine. Pode dar certo? Pode não dar tão errado como estava dando. Vai ter que trocar o chip dos jogadores. É trocar o pneu do carro em movimento. Sair do Diniz para o Carille é muita diferença. Ele até pode falar que tem outro estilo, muita gente muda, mas ele ainda não conseguiu ser mais ofensivo”, declarou.

Bruno Prado, por sua vez, acredita que o principal desafio do treinador será fazer o Santos criar contra equipes mais fechadas. “É uma mudança bem grande de estilo. A verdade é que o Santos briga para não cair no Brasileiro, independentemente do técnico. E isso entra no que eu já falei sobre Juventude e Cuiabá, que são times que muita gente contava que iriam cair, mas que estão fazendo uma boa campanha. O Carille é um bom técnico. Em 2017, quando ele foi campeão brasileiro com o Corinthians, o time dele teve bons momentos no primeiro turno, até mesmo quando estava com a bola. Depois, mesmo na segunda passagem dele, o Corinthians passou a ser um time que tinha muita dificuldade para criar. O Santos deve conseguir melhorar a defesa, mas também vai precisar fazer gols. Se empatar todas em 0 a 0, vai cair do mesmo jeito. E o Carille vai ter algumas dificuldade quanto a isso, assim como o Diniz também teve.”

Share This Article