Como é o calendário de vacinas de cães e gatos? E qual a importância para a saúde, inclusive dos tutores

Bruce Petersons
Bruce Petersons

A posse responsável de um animal de estimação exige dos tutores alguns cuidados fundamentais, como fornecer uma alimentação equilibrada, garantir a higiene física e do espaço que ocupam, além de zelar pela saúde deles. E, como para os humanos, a vacinação dos pets é extremamente importante para prevenir doenças. O protocolo vacinal de cães e gatos conta com vacinas obrigatórias, essenciais e opcionais. A antirrábica, que previne a raiva, é a única obrigatória. Tanto é que, todos os anos, as prefeituras realizam campanhas para imunizar os animais, sem custo para os donos. Nos cães e gatos, a primeira dose pode ser aplicada a partir da décima segunda semana de vida.  Depois disso, nos dois casos, o reforço é anual.

Embora não sejam obrigatórias, as vacinas V8 ou V10 são consideradas essenciais à saúde canina. A V8, ou óctupla, protege contra cinomose, parvovirose, adenovirose, parainfluenza, hepatite infecciosa, duas cepas da leptospirose e coronavirose – que nada tem a ver com o coronavírus humano. A V10, ou décupla, evita todas essas doenças, além de prevenir cepas a mais da leptospirose. A imunização, tanto com a V8, como com a V10, acontece em três doses. A primeira é aplicada entre a sexta e a oitava semana de vida do filhote e as outras duas com intervalo de 21 a 30 dias cada. Depois disso, anualmente, é preciso dar a dose de reforço. No entanto, veterinários recomendam, se possível, a realização de teste de sorologia para avaliar a presença de anticorpos e saber se o cão realmente necessita do reforço. Já as vacinas que previnem gripe, leishmaniose e giardíase são consideradas opcionais para os cães.

No caso dos gatinhos, as vacinas V3, V4, V5 são essenciais. A V3, ou tríplice, protege contra panleucopenia, rinotraqueíte e calicivirose. A V4, ou quádrupla, previne todas essas e, ainda, a clamidiose. A V5, ou quíntupla, ainda previne a leucemia felina além das anteriores. A primeira dose é aplicada em torno da oitava a nona semana de vida e a segunda de três a quatro semanas depois. A partir daí, o reforço também é anual. Veterinários orientam que, se possível, tanto cães, como gatos, passem por consulta antes da vacinação para certificar se estão em condições de receber a dose. Outra recomendação é que os tutores procurem saber se as vacinas adquiridas foram aprovadas pelo Grupo de Diretrizes de Vacinação da Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA).

A veterinária Khadine Kazue Kanayama, diretora técnica do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da USP, explica que, além de evitar que os bichinhos fiquem doentes, a vacinação é importante para a proteção do próprio tutor. “Tem doenças que são zoonoses, são doenças que podem ser transmitidas para os seres humanos. Um exemplo clássico é a leptospirose, que é a doença do rato. Então o rato vai lá, urina na água, na comida do cachorro, o cachorro tem contato ou vai matar o rato, e desenvolve a leptospirose, que seria uma doença que poderia ser prevenida com vacina. Quando a gente atende os pacientes, muitas vezes a gente vê que eles apresentam doenças que poderiam, simplesmente, ser prevenidas com uma vacinação correta. Muitas vezes, os tutores economizam com a vacinação e acabam gastando com um tratamento”. Além da leptospirose, a raiva e as verminoses são outros exemplos de doenças que podem ser transmitidas aos seres humanos, merecendo atenção redobrada dos donos de pets. Tá Explicado?

 

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