‘CPI enquadrar Bolsonaro por charlatanismo é mostrar fraqueza de conteúdo’, diz senador

Bruce Petersons
Bruce Petersons

A CPI da Covid-19 recebe nesta terça-feira, 17, o auditor afastado do Tribunal de Contas da União (TCU), Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, responsável pela elaboração de um relatório, citado pelo presidente Jair Bolsonaro a apoiadores, que abordava as mortes causadas pelo coronavírus no Brasil. A expectativa é que ele dê esclarecimentos aos senadores sobre os dados do documento, que aponta que metade dos óbitos confirmados no por Covid-19 não teria ocorrido em decorrência da doença. O senador Marcos Rogério (DEM) considera que a oitiva será a oportunidade dos senadores se aprofundarem nas informações levantadas. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, o parlamentar também comentou sobre o andamento do colegiado que, segundo ele, trabalha “sem provas contra acusações graves que foram feitas” a respeito da postura do governo federal na pandemia. “Essa de enquadrar o presidente por curandeirismo, por charlatanismo, é algo grosseiro, maldoso, que não se sustenta diante dos fatos e evidências. É uma demonstração de fraqueza de conteúdo probatório da CPI”, afirmou.

Marcos Rogério também comentou sobre a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que vai encaminhar ao Senado Federal um pedido de impeachment contra os ministros Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o senador, o Supremo está “passando do ponto” há tempos. Na avaliação dele, é preciso que todos joguem “dentro das quatro linhas da Constituição”, o que inclui o Judiciário. “Fica parecendo que a obrigação de cumprir a Constituição é só do presidente”, pontua, afirmando que recentes decisões do tribunal foram baseadas no que chamou de “crimes de opinião”.

“São tempos difíceis e tormentosos. Quem está na praça do judiciário deve ter consciência que estão passando do limite. Antes que cobrar que os outros cumpram a Constituição, eles têm que dar o exemplo e fazer cumprir”, completou. Embora considere esse excesso do STF, Marcos Rogério considera que, no momento, não é o caso de “formar no Senado uma tendência de processamento e de julgamento” e lembra que um processo de impeachment depende de ambiente político e do “povo na rua”, o que não existe no momento. “Agora, chegando a representação, cabe ao presidente do Senado verificar os pressupostos e se vai admitir ou não cabe a ele e, posteriormente, ao plenário.”

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