Crise na China, discurso na ONU e reunião do Copom: mercados aguardam notícias de Brasília e do mundo

Bruce Petersons
Bruce Petersons

Enquanto as expectativas para Brasil seguem se deteriorando, um guia para isso é a pesquisa semanal do Banco Central, Focus. Os mercados andam a sabor de notícias de Brasília e do mundo. Não digo que os dados não têm feito preço; eles têm. Mas os rumores e pronunciamentos estão com peso maior. Dando um giro nos mercados nesta terça-feira, 21, a taxa de câmbio começou em em baixa devido ao ambiente internacional menos tenso. Embora os temores relacionados à crise de solvência da empresa chinesa Evergrande se mantenham (e esse foi o principal motivo para as perdas de segunda-feira, 20), o dia é de certa correção dos preços dos ativos, ou a famosa realização. Ontem, o pesado foi a queda dos preços das commodities (quando se falar em China, pense em commodities). Já hoje, temos alguma recuperação e alta nas Bolsas internacionais. Assim, países emergentes e os exportadores de commodities (como o Brasil) se beneficiam. De fato, em carta divulgada nesta terça, o presidente do conselho de administração da empresa chinesa disse que “cumprirá suas responsabilidades”.

Por aqui, no mercado doméstico, a observar a repercussão do discurso do presidente Jair Bolsonaro na ONU. Ele, que já chegou destoando em ser o único chefe de Estado sem vacina, é foco devido aos problemas climáticos e institucionais do Brasil. Lembrando, que qualquer investidor quer uma história boa e clara antes de investir em um país emergente. Além disso, o tema “contas fiscais” permanece. Paulo Guedes busca soluções para o imbróglio do pagamento dos R$ 89 bilhões de precatórios em 2022. Por isso, fará reuniões com os presidentes do Congresso, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Mas o grande acontecimento da semana está previsto para quarta-feira, 22, em que os mercados esperam as decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil. O presidente do BCB tem falado em alto e bom som que fará o que for necessário para conter as pressões inflacionarias. Diante do quadro ruim de inflação, espera-se ao menos mais 1% de juros na taxa Selic. É tudo isso e mais um pouco.

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