Cuba tem sistema de saúde asfixiado em um dos piores momentos da pandemia

Bruce Petersons
Bruce Petersons

A ilha de Cuba vive um dos piores estágios da pandemia de Covid-19, com médias de 8 mil novos casos e 70 mortes diárias, falta de cilindros de oxigênio, medicamentos e médicos, hospitais superlotados e serviços funerários em colapso. O país caribenho, de 11,2 milhões de habitantes, tem a maior taxa de incidência da doença nas Américas, com 1.173 pessoas infectadas por 100 mil habitantes nos últimos 15 dias, segundo o Ministério da Saúde Pública (Minsap). Os piores dados de incidência são registrados em três províncias das regiões oeste e central: Cienfuegos, Ciego de Avila e Pinar del Rio. Cienfuegos apresenta um “cenário sem precedentes” devido à falta de testes diagnósticos, acúmulo de PCRs sem resultados e o “gerenciamento ineficiente de casos na atenção primária à saúde”, de acordo com a imprensa local. De uma população de 406.244 habitantes, cerca de 35 mil pessoas foram afetadas pela Covid-19 informou o jornal “5 de Septiembre”.

Nesta província, localizada a 233 km de Havana, a ausência de 446 médicos – de um total de 701 – sobrecarregou o atendimento a ponto de dois profissionais terem que atender 250 pacientes, segundo o jornal. A cidade de Ciego de Ávila, capital da província de mesmo nome a 440 km de Havana, relatou 155 mortes associadas à Covid-19 em 17 dias e 339 enterros em seu cemitério, mais da metade deles de vítimas do vírus, segundo o jornal local “Invasor”. Carlos Cano, um dos administradores do cemitério, disse à publicação que está difícil gerenciar a situação. “Não é uma questão de falhas na construção de lápides e covas, mas do número de mortes. Nunca vimos nada assim antes”, afirmou. A burocracia na emissão de atestados de óbito, atrasos de até quatro horas para a liberação de corpos e outras questões agravam o triste quadro de perder um ente querido. Até o momento, o país registrou 4.319 mortes por causa da doença.

*Com informações da EFE

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