Doação de órgãos: Baixa taxa de autorização de famílias ainda é fator limitador

Bruce Petersons
Bruce Petersons

Apesar do Brasil ser o segundo país no mundo com mais transplantes, um dos fatores limitadores da doação de órgãos ainda é a baixa taxa de autorização da família do doador. “Nós, nos últimos dez anos, tivemos um aumento crescente da doação de órgãos. Temos hoje o sistema nacional de transplantes totalmente estruturado, seguro e com um gerenciamento muito grande dessa parte da captação e doação”, afirma Fernanda Camargo, coordenadora do Centro de Transplantes do Hospital Samaritano Higienópolis. Segundo Fernanda, o número de doadores caiu muito devido a pandemia. Por isso é importante de ressaltar a doação de órgãos e tecidos. “Para cada pessoa que disse sim à doação, vamos salvar mais que 11 vidas. Um coração pode ir para um paciente, os rins para outros dois, pode doar um pulmão, ossos, pele, córnea. Pode promover a qualidade de vida de muitas pessoas”, pontua.

Davi é exemplo de superação desde pequeno. Com 1 ano e 7 meses foi diagnosticado com uma doença renal crônica. A família, que é baiana, chegou a se mudar para São Paulo para dar início ao tratamento. O menino começou a fazer hemodiálise. A mãe dele, Luana da Silva de Souza, fala sobre o momento em que ele recebeu o órgão para cirurgia de transplante. “Ele entrou na fila, ficou esperando por um ano e cinco meses. Em agosto de 2017 chegou o tão esperado rim. Foi um momento de extrema felicidade e gratidão, tanto a Deus quanto à família que disse sim para esse assunto tão importante, um momento de muita dor, puderam ter essa compaixão”, disse. Davi foi transplantado quando tinha 5 anos de idade, hoje com 9 escreveu um livro para contar a experiência dele. “Nesse livro, ele aborda um assunto que ele vivenciou, ele fala sobre doação de órgãos. É um tucano que precisou de um bico novo e os médicos que cuidavam do tucano possuem os mesmos nomes dos médicos que, atualmente, cuidam dele, como uma homenagem e agradecimento. É um livro muito importante, que aborda um assunto muito importante”, afirma Luana. Qualquer pessoa, adulto ou criança pode doar. Basta ter diagnóstico definido de morte cerebral.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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