Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam em queda nesta quarta-feira, 4, à espera da decisão da taxa básica de juros que será divulgada pelo Banco Central depois das 18h30min. Investidores também mantém no radar a volta do risco fiscal com a nova crise dos precatórios, como são chamadas as dívidas da União que não cabem mais recurso judicial, e as discussões sobre a expansão do Bolsa Família. Por volta das 10h30, o dólar operava com queda de 0,27%, a R$ 5,179. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,219, enquanto a mínima não passou de R$ 5,174. A divisa norte-americana encerrou a véspera com alta de 0,53%, a R$ 5,193. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava com queda de 0,56%, aos 122.879 pontos. O pregão desta terça-feira, 3, encerrou com avanço de 0,87%, aos 123.576 pontos.
Investidores também repercutem a volta do risco fiscal após a nova crise de precatórios e os debates ao redor da reformulação do Bolsa Família. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o pagamento integral dos precatórios de 2022 paralisaria toda a máquina pública. O montante estimado para o próximo ano é de R$ 90 bilhões, 65% a mais dos R$ 54 bilhões previstos para 2021. O governo costura junto ao Legislativo e ao Judiciário formas de amortecer esses pagamentos. A principal estratégia é a formulação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permita a divisão dos valores e o parcelamento de parte das dívidas em até dez anos. Para alguns analistas, o movimento sugere um calote por parte da União. O mercado acompanha as tratativas para a divulgação de um Bolsa Família mais robusto. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o benefício pode ter aumento de até 50%, elevando as parcelas para R$ 400. O chefe do Executivo chegou a defender que o governo se endivide para dar conta do novo montante. O valor, no entanto, foi rechaçado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que disse que as discussões não apontam para essa direção e que a nova versão irá respeitar o teto de gastos.