Doria condena postura de coronel da PM; políticos defendem oficial afastado

Bruce Petersons
Bruce Petersons

O afastamento do coronel da Polícia Militar de São Paulo Aleksander Lacerda, após publicações nas redes sociais ridicularizando o governador de São Paulo e o ministro Alexandre de Moraes, gerou muita repercussão. Ao explicar a decisão, João Doria disse que se orgulha da corporação, mas disse que qualquer membro que promova um episódio semelhante será alvo da mesma sanção. “Se houver mais uma manifestação dessa natureza, será tratada da mesma maneira como indisciplina e com afastamento imediato. Seja coronel, capitão, seja quem for. Em São Paulo não vamos admitir indisciplina e insubordinação, especialmente daqueles que pensam em flertar contra a democracia, contra a Constituição e em favor da ditadura militar”, disse. O deputado estadual e coronel da reserva da Polícia Militar, Paulo Telhada, aliado da base do presidente Jair Bolsonaro, classificou como extrema decisão do governador.

“Ele deveria ter chamado a atenção do policial, conversado, pensando justamente no policiamento. A retirada desse comandante vai acarretar em um desequilibro, um mal estar muito grande, não só da tropa que está sob comando dele, como para toda a população. Politicamente, essa decisão não foi acertada, foi uma decisão precipitada, ditatorial”, afirmou. Outro coronel da reserva da Polícia Militar, José Vicente da Silva, fez uma avaliação oposta. O oficial, que é ex-secretário Nacional de Segurança, acredita que a posição de Aleksander Lacerda é isolada e que o governador acertou na decisão. “O afastamento é correto, porque não tem sentido um funcionário público fazer manifestações com relação a autoridades a quem ele deve respeito, principalmente o governador. [João Doria], para todos os efeitos legais, ele é o comandante final dos policiais militares”, afirmou.

O vereador de São Paulo, delegado Mário Palumbo, viu conotação política no afastamento. “Isso deveria caber ao comandante da Polícia Militar, jamais ao governador. O governador é o gestor, mas ele não pode mandar na polícia. A polícia não é dele”, disse. O deputado federal Guilherme Derrite, capitão da PM, defendeu o colega de farda e acentuou que a decisão de afastar o coronel foi injusta. “Grave violação à liberdade de expressão, que é um direito Constitucional. A Polícia Militar é uma instituição e Estado, não pode ser de governo”, disse o parlamentar, que acredita que esse tipo de punição não deveria ocorrer.

*Com informações do repórter Daniel Lian

 

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