Estudos do Plano Nacional de Fertilizantes serão finalizados em novembro

Bruce Petersons
Bruce Petersons

O Brasil é altamente dependente da importação de fertilizantes, 80% desse insumo básico para nutrição de plantas vem do exterior. Essa condição revela uma vulnerabilidade importante do setor agropecuário que precisa ser revertida. Sabendo disso, o governo anunciou em março a criação do Plano Nacional de Fertilizantes, uma política para ampliar a produção brasileira. Em novembro termina o prazo para o grupo de trabalho apresentar os resultados dos estudos, as metas e os indicadores. Onze órgãos federais estão envolvidos na elaboração do material, incluindo Ministério da Agricultura, Minas e Energia, Infraestrutura, Economia e Meio Ambiente. O tema está ancorado na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

O diagnóstico do governo até o momento é de que a alta dependência do Brasil para importação de fertilizantes é fruto da baixa competitividade da indústria nacional, principalmente em relação a fontes de energia como o gás natural que são fundamentais para a produção de fertilizantes nitrogenados. Já nos nutrientes potássio e fósforo, apesar de possuirmos jazidas em exploração e já prospectadas, os custos internacionais são mais competitivos. Questões como isonomia tributária entre os produtos importados e nacionais também estão no foco. A maior aposta do plano serão as fontes alternativas de nutrientes, sejam de origem mineral, de fixação biológica ou de fontes de resíduos. O Plano Nacional trabalha com cenários de até 30 anos para execução dos objetivos estratégicos.

A jornada inclui ações de curto e longo prazo, muito bem-vindas para paulatinamente reduzir a dependência da importação. Hoje, as cotações de fertilizantes no mercado internacional estão em alta, dado o aperto entre a oferta e a demanda. Questões como taxação sobre produtos russos e marroquinos, rumores sobre possíveis tarifas de exportação da China, sanções anunciadas pela União Europeia, Estados Unidos, Canadá e Reino Unidos à Bielorussia são alguns dos ingredientes que aumentam a tensão na área de fertilizantes e sinalizam para necessidade do Brasil, o quanto antes, ter soberania tecnológica que garanta a produção de alimentos com mais segurança. Vulnerabilidades associadas a questões geopolíticas, logísticas e cambiais elevam o risco para as cadeias do agronegócio e precisam ser abrandadas o mais brevemente possível.

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