José Aníbal diz que mais deputados do PSDB eram a favor do voto impresso: ‘Tenho vergonha’

Bruce Petersons
Bruce Petersons

O senador José Aníbal (PSDB), suplente que assumiu a vaga de José Serra, licenciado por motivos de saúde do Congresso, conversou com o “Jornal da Manhã“, da Jovem Pan, na manhã deste sábado, 14. Ele falou sobre a forma como trabalhará pelos próximos quatro meses na Casa, período pelo qual Serra ficará afastado, e disse que fará o que sempre fez na política. “Trabalho com convicção, com compromissos, procuro focar nas questões que são mais relevantes para a sociedade e para as pessoas e nas questões relativas ao desenvolvimento do estado cada vez mais eficiente, menos gastador, mais capaz de servir do que de se servir da população”, disse. Ele considerou que a decisão de saída do tucano para se tratar foi essencial para que ele retomasse os trabalhos em segurança em dezembro.

O político disse que trabalharia voltado para os projetos deixados por Serra, um deles trata de ferrovias no país e outro é relacionado a quebras de patentes para propiciar a queda de preços de medicamentos. “Também vou trabalhar sobre várias outras questões, questão de educação, sobretudo na área de qualificação, especialmente para os nossos jovens de 16 a 24 anos. É uma tragédia o Brasil rifar, perder mais uma geração por falta de qualificação. Isso é possível fazer, está ao alcance da nossa mão, sem custos excessivos”, estimou, citando a adaptação das novas gerações para a “quarta revolução robótica” no mundo. O senador também citou os desafios políticos que o país enfrenta hoje como algo que é relevante. “Há impacto de toda a natureza sobre o parlamento, inclusive matérias que estão sendo votadas, e eu trabalho fortemente sobre elas para que elas não sejam apenas uma adequação para beneficiar a representação política, parlamentar, mas que sejam matérias que propiciem à sociedade brasileira um acesso efetivo ao parlamento”, pontuou.

Para Aníbal, os 12 senadores tucanos que votaram a favor do voto impresso foram “a favor da aventura autocrática e ditatorial” de Bolsonaro e devem sofrer algum tipo de punição por terem desobedecido as ordens do PSDB. “Fizemos uma reunião naquele dia de manhã e eu propus, e conseguimos vencer, o voto fechado. O voto fechado é um voto que obriga, pelo menos deveria obrigar o parlamentar a votar contra o voto impresso, foi um avanço, eu tenho até vergonha de dizer isso, nós termos tido 12 votos contra o voto impresso, nós tínhamos mais parlamentares que por insuficiência de informação, ou alguma outra razão, que não conseguiram nenhum deles me explicar, a favor do voto impresso. O voto impresso é mais uma manobra do Bolsonaro para tentar dificultar, melar, tumultuar o processo eleitoral”, disse. Ele afirmou que todos os parlamentares querem a transparência do processo eleitoral, mas considerou que o presidente “conspira” contra o processo eleitoral.

Ele considerou o distritão como uma “barbárie” e se declarou satisfeito com o fato de que ele foi rejeitado, mas criticou a aprovação das coligações. “Elas são também um mecanismo de pouca transparência porque permite essa promiscuidade partidária, favorece a existência de pequenos partidos que nunca têm candidatos majoritários, mas se coligam com partidos que têm candidatos majoritários, que têm fundos partidários e elegem algumas pessoas, mas não têm compromisso nenhum do ponto de vista programático, são partidos de ocasião”, lamentou. O senador afirmou que a votação foi um retrocesso e que a aprovação dela revela pessoas que “legislam em causa própria, não em função da cidadania”.

Confira o “Jornal da Manhã” deste sábado 14, na íntegra:

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