Leda Nagle lembra de desafios para ser jornalista: ‘Meu pai achava que não era coisa para mulher’

Bruce Petersons
Bruce Petersons

O programa “Mulheres Positivas“, da Jovem Pan, desta segunda-feira, 23, traz como entrevistada da apresentadora Fabi Saad a jornalista Leda Nagle. A carreia consolidada de Nagle é reflexo do desejo que ela sempre teve de ser jornalista, mesmo que isso não agradasse o próprio pai. “Ele achava que jornalista não era uma boa coisa para uma mulher. O que ele achava bom mesmo era uma mulher cheia de pulseiras de ouro que os árabes usavam antigamente, fazendo kibe e dona de casa. E eu não tenho a menor vocação”, lembrou. Ela se formou e passou por uma série de veículos impressos até começar a trabalhar como editora de textos na TV Globo, porta de entrada para aparecer na frente das telas. “Me apaixonei perdidamente”, recorda. Segundo ela, virar apresentadora de TV não foi algo que ela imaginava para a carreira, já que ela nunca foi considerada como “dentro dos padrões” para a profissão.

Sendo fã de ouvir histórias desde sempre, ela decidiu abrir um canal de entrevistas no YouTube aos 66 anos de idade por sugestão do filho após não ter contrato renovado com a TV Brasil. Hoje, a plataforma é um sucesso. Com quase 50 anos de carreira, ela precisou conciliar parte da vida profissional com a maternidade quando era jovem, chegando a levar o filho, Duda Nagle, em caravanas de palestras pelo Brasil quando ele era criança. “Minha bagagem de mão consistia em caderno para colorir, jogo da memória, bonequinho do He-man, porque a gente tinha voos longos e ele tinha que ficar distraído”, recorda. Para ela, o jornalismo passou a ser uma profissão valorizada ao longo dos anos, mas ela não teve a “sorte” de transformar o que tocava em “ouro”, não chegando a fazer fortuna com o emprego na área.

Como entrevistadas memoráveis na carreira dela, Nagle lembra de Suzana Vieira e Glória Menezes, mulheres que considera pessoas que dão prazer de conversar. “O barato de entrevistar uma pessoa é ela gostar de falar. Ela ser sincera com você. Isso é decisivo”, recordou. Ela também citou a produtora Gabriela Manssur e a escritora Nélida Piñon, membro da Academia Brasileira de Letras. Como um autor indicado para Mulheres Positivas, ela lembrou de Graciliano Ramos, Mário Quintana, Carlos Drummond de Andrade e Lya Luft. Como produções audiovisuais que ela assistiu recentemente ela lembra da adaptação “Nasce Uma Estrela” e da série “L’Agence” (Imóveis de Luxo em Família, em português), produção francesa sobre uma família que trabalha com aluguéis de residência.

Confira o programa “Mulheres Positivas” desta segunda-feira, 23, na íntegra:

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