‘Não vimos necessidade de pedir afastamento de Roberto Dias’, diz Wagner Rosário

Bruce Petersons
Bruce Petersons

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, afirmou que o órgão não viu necessidade de pedir o afastamento de Roberto Ferreira Dias, que ocupou o cargo de diretor de Logística do Ministério da Saúde e foi demitido após ter sido acusado de pedir propina para a compra de vacinas da AstraZeneca. O nome de Dias aparece em uma troca de mensagens que envolve um diretor da Precisa Medicamentos e cria uma “arquitetura da fraude” a uma licitação da pasta para a aquisição de testes de Covid-19.

“Que providências formais a CGU tomou quanto à necessidade de afastamento de Roberto Dias?”, questionou o relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL). “Nós não temos informação de necessidade de afastamento de Roberto Dias. Se tivesse, teríamos tomados as medidas”, respondeu Rosário. “A CGU não tinha informações sobre a atuação criminosa de Roberto Dias que implicasse o afastamento dele?”, emendou o vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “Não, não tinha. Nenhuma”, rebateu o ministro.

O parlamentar, então, voltou a dizer que a Operação Hospedeiro, deflagrada pela CGU, pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, ocorreu no dia 27 de outubro do ano passado. O titular do órgão afirmou que a análise das mensagens encontradas no aparelho telefônico do lobista Marconny Albernaz de Faria terminou no dia 31 de março de 2021. “Em dez dias, analisamos tudo. O senhor só concluiu isso em 31 de março? E aí pediu o afastamento do Roberto Dias?”, ironizou Randolfe. “Não, porque os dados foram apartados e foi pedido pelo Ministério Público ao juiz, nao tínhamos autorização. Isso não chegou ao meu conhecimento”, respondeu o depoente. “O senhor só tem conhecimento de uma parte das coisas? De outra parte não tem? Não deveria chegar no Ministério da Saúde e dizer ‘ministro, ele [Roberto Dias] está roubando? Tira ele daí’?”, concluiu Rodrigues.

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