‘O próprio STF não é unânime sobre prisão de Roberto Jefferson’, diz advogado

Bruce Petersons
Bruce Petersons

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre o pedido de concessão do direito à prisão domiciliar para o ex-deputado Roberto Jefferson, preso na última sexta-feira,13, por determinação do magistrado a pedido da Polícia Federal. Embora não exista uma previsão exata para o posicionamento do órgão, o advogado Luiz Gustavo Cunha, que representa o ex-parlamentar, acredita que a opinião pode ser emitida ainda nesta sexta-feira, 20, considerando o estado de saúde do investigado. Segundo a defesa, Roberto Jefferson tem passado por um quadro “muito debilitado”. “Já passou por mais de três cânceres, praticamente retirou toda parte intestinal, toma mais de 20 remédios controlados”, afirmou Cunha, completando que o cliente deveria passar, na próxima semana, por uma cirurgia para desentupimento de uma artéria. “É um homem com saúde um pouco debilitada e está em um sistema prisional, que já informou por meio de ofício, que não tem condições de atendê-lo.”

Luiz Gustavo Cunha afirma que, mesmo com os problemas de saúde, o ex-deputado continua “do mesmo jeito”, com uma “mentalidade que está correto”. Para o advogado, a avaliação é que há divergências dentro do próprio Supremo sobre a decisão de Moraes. “O próprio Supremo não está unânime sobre a prisão. O PGR não foi ouvido, foi um inquérito instaurado de ofício pelo Alexandre de Moraes, no qual escolheu sua própria delegada para investigar, que solicitou a prisão preventiva, arrolou um monte de crimes, como associação criminosa. Qual associação criminosa? Ela não apontou nenhum nome. O Roberto Jefferson já cansou de dizer nas suas manifestações que o que ele escreve é opinião particular. Querem criar narrativas de atos antidemocráticos, de milícias digitais. Eles são super criativos com relação à nomenclatura das investigações, mas, de fato, nunca encontraram nada”, disse, afirmando que a investigação é uma “panela requentada” do inquérito da fake news. O advogado concluiu ressaltando que o ex-deputado está lendo a bíblia na prisão e trabalhando o “lado íntimo dele com Deus”. “Sabendo que, lá na frente, ele sairá vencedor”, finalizou. 

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