ONU decide prorrogar missão no Afeganistão por 6 meses

Bruce Petersons
Bruce Petersons

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) prorrogou nesta sexta-feira, 17, o mandato da missão da entidade no Afeganistão (Unama) por seis meses, na esperança de adaptá-la em um futuro próximo à nova situação criada pela tomada do poder pelo Talibã após a saída das tropas internacionais do país. As 15 nações que compõem o Conselho decidiram unanimemente uma extensão para a missão política, que está no país desde 2002 e que, entre outros aspectos, monitora a situação dos direitos humanos e facilita ajuda humanitária. A Noruega, que juntamente com a Estônia foi responsável pela elaboração da resolução adotada hoje, enfatizou que esta extensão é “um passo vital” para assegurar que a ONU permaneça no Afeganistão e apoie sua população na atual crise. “A situação no local está mudando, e esta tarefa pode enfrentar desafios, mas é mais importante do que nunca”, disse a embaixadora norueguesa Mona Juul após a votação.

A representante dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, também destacou a importância de a ONU continuar seu trabalho no Afeganistão após a retirada das tropas internacionais. Falando a jornalistas minutos antes da votação, Thomas-Greenfield disse que as únicas mudanças no texto eram para garantir que ela não desse “reconhecimento indevido aos talibãs”. Embora a resolução tenha recebido apoio unânime, os países entraram em conflito em pontos específicos durante sua negociação. A delegação mexicana, por exemplo, criticou hoje a não inclusão de uma menção explícita à necessidade de respeito estrito às normas humanitárias e à proteção da população civil, devido à gravidade da situação atual. O documento instruiu o secretário-geral da ONU, António Guterres, a entregar um relatório até o final de janeiro com recomendações para adaptar o mandato da Unama à nova realidade no Afeganistão. Com base nesta análise, o Conselho de Segurança terá que decidir em março como modificar as tarefas da missão, agora que os talibãs estão no poder.

*Com informações da EFE

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