Patrícia Iglecias acredita que ‘visão feminina’ contribui para bons resultados profissionais

Bruce Petersons
Bruce Petersons

O programa “Mulheres Positivas“, da Jovem Pan, traz como convidada da apresentadora Fabi Saad nesta segunda-feira, 6, a diretora-presidente da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), Patrícia Iglecias. Ainda na faculdade de direito, Patrícia decidiu escolher um novo tema para o seu trabalho de conclusão de curso. O que ela não esperava era que o tema escolhido se tornaria a sua paixão pelos próximos 30 anos. “Não fui eu que escolhi o meio ambiente, foi o meio ambiente quem me escolheu. Eu iniciei há 30 anos e, na verdade, há 30 anos não se falava muito de meio ambiente, mas o meu professor da faculdade de Direito da USP me disse que eu tinha que escolher um tema novo. Eu fiz várias pesquisas e vi que tinha pouca coisa sobre esse assunto e decidi escrever sobre responsabilidade civil por danos ambientais”, diz Patrícia. “Foi meu primeiro trabalho, virou meu primeiro livro e nunca mais eu deixei de trabalhar com os temas ambientais. Aliás, eu me tornei uma apaixonada pelas questões de meio ambiente”, confessa a diretora-presidente da CETESB.

Quando chegou à companhia, o ambiente era predominante masculino, dominando por engenheiros e especialistas em saneamento básico. Patrícia, que se tornou a primeira mulher a ser presidente da CETESB, conta como uma gestão estadual focada na inclusão de mulheres em cargos de chefia foi essencial para que ela pudesse alcançar o posto mais alto da empresa. “Foram 53 anos de companhia. Uma companhia que vem de saneamento, de um foco de engenharia, então sempre foi muito masculina. Para mim foi incrível poder me tornar a primeira presidente. Isso tem a ver com o nosso governo estadual. O governador João Doria tem esse foco nas mulheres, acredita muito no nosso papel. Temos muitas secretárias, mas nas companhias do Estado, a CETESB é única presidida por uma mulher.” A especialista em meio ambiente defende que a presença feminina só tem a agregar nos ambientes de trabalho. “Eu acho que nós, como mulheres, temos que ser realmente mulheres, dentro de toda a concepção da mulher. Aquela mulher que olha para o lado da família, da vida pessoal e também para o lado profissional. É uma composição, inclusive, que contribui para um bom resultado no aspecto profissional, ao meu ver”, explica.

Antes de se tornar a primeira mulher a ser presidente da companhia, Patrícia foi secretária estadual do Meio Ambiente. Em suas premiações e títulos, recebeu o Destaque Sustentabilidade – WOCA 2018 – em tributo e em reconhecimento pela carreira em prol da gestão ambiental e atuação no programa Cidades do Pacto Global da ONU, GCSM – Global Council of Sales Marketing. Em sua agenda turbulenta ainda sobra tempo para ser professora livre-docente da Universidade de São Paulo (USP). O segredo para o sucesso na carreira e para o equilíbrio das diversas funções está na sua paixão pelo meio ambiente. “Eu sou uma apaixonada pela questão ambiental. Grande parte disso eu internalizo como algo que não tem um viés de trabalho. As minhas questões ligadas à universidade, eu posso dizer que, para mim, elas são um retorno que eu gostaria de dar para a sociedade pensando em um mundo que eu quero para mim, para os meus filhos e meus netos”, afirma.

Além da paixão, Patrícia confessa que o apoio familiar é essencial para conseguir equilibrar seus trabalhos. “Eu acho que você tem que ter todo um apoio familiar. Eu tenho dois filhos. Um filho de 22 anos e uma filha de 19, que está cursando gestão ambiental na USP. Minha mãe sempre me ajudou muito. Ela também sempre teve uma rotina trabalho e nós brincamos em casa que somos uma família que as avós vão ajudando as mães. Então eu tive esse suporte da minha mãe quando meus filhos eram menores”, relata. “Eu sempre digo para os meus filhos que você precisa escolher realmente uma profissão e lidar com algo que seja apaixonante, porque no dia em que você não estiver bem, você vai ter que fazer. Eu trato as questões do trabalho com muita paixão”, aconselha a diretora-presidente da CETESB. Como um livro indicado para mulheres positivas, Patrícia escolheu “Sociedade de Risco”, que, para ela, é um retrato importante da pandemia do coronavírus. O filme indicado por ela foi “Meu Pai” e como mulher admirável e inspiradora ela lembrou de Angela Merkel.

Confira o programa “Mulheres Positivas” desta segunda-feira, 6, na íntegra:

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