Pesquisa aponta que 60% dos municípios não registraram mortes por Covid-19 nesta semana

Bruce Petersons
Bruce Petersons

Com a vacinação avançando nos municípios brasileiros, os números de novos casos e mortes causadas pela Covid-19 desaceleraram nos últimos dias. É o que mostra uma pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com 1.300 cidades nesta semana. O estudo aponta que quatro de cada 10 prefeituras informaram que as infecções diminuíram e 12% não registraram nenhum novo caso da doença nesta semana. O registro de mortes ficou estável em 17% das cidades; em 13% houve queda e em 9%, aumento. Ao mesmo tempo, 60% das prefeituras afirmaram que, nesta semana, nenhum morador morreu por complicações da doença. A vacinação já chegou na faixa dos 30 a 34 anos em 3 de cada grupo de 10 prefeituras consultadas. Em 18% dos municípios, adultos mais jovens – entre 18 e 24 anos – já estão sendo vacinados.

Na avaliação do consultor de Estudos Técnicos da Confederação, Eduardo Stranz, os resultados mostram a eficácia de todos os imunizantes usados no Brasil. “Grande parte dos municípios está vacinando entre 34 e 30 anos e entre 25 e 29 anos, então está se demonstrando um avanço cada vez maior para as idades mais jovens, onde tem um contingente maior de pessoas. Isso é uma boa notícia e que vem, junto com essa questão da menor quantidade de óbitos, menor quantidade de utilização de UTI, demonstrando que a vacinação está fazendo efeito”, disse. Mesmo assim, ainda tem quem não apareça para concluir a imunização, no caso das vacinas com duas doses. Metade dos municípios não definiu ainda o que fazer nessa situação e 15% dizem que podem aplicar algum tipo de punição. Em alguns casos, quem perde a segunda dose vai para o fim da fila.

A pesquisa também revela que um quarto dos municípios ouvidos relatou falta de vacinas, principalmente para a primeira dose. Em 11% das cidades estoque para a segunda dose acabou. Eduardo Stranz confirma: toda semana há problemas com falta de imunizantes. “O que se identifica são problemas de distribuição pelo Ministério da Saúde, que acaba enviando uma quantidade de doses que não é suficiente. Cada Estado tem uma forma de distribuição, uma contagem de quantas doses vai enviar, então dentro dessa logística acaba ocorrendo que alguns municípios ficam sem por uma ou duas semanas”, pontua. Eduardo Stranz ainda chama atenção para o fato de que 80% das prefeituras realizaram algum tipo de melhoria na automatização de processos administrativos por causa da pandemia. Segundo o consultor, isso demonstra que as gestões públicas não ficaram paradas durante esse período.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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