Prisão de Roberto Jefferson é mantida após audiência de custódia

Bruce Petersons
Bruce Petersons

A prisão do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, foi mantida após audiência de custódia realizada neste sábado, 14. A defesa do ex-deputado federal, preso no âmbito do inquérito que investiga a atuação de “milícias digitais” que atentam contra o Estado democrático de direito, pediu a mudança para o regime domiciliar, mas o juiz instrutor Airton Vieira entendeu que a detenção preencheu os requisitos previstos na legislação e argumentou que caberá ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), analisar o caso. Segundo a ata da reunião, obtida pela Jovem Pan, Jefferson fez ironias, alegou problemas de saúde e disse estar “jurado de morte”.

Questionado se havia sido bem tratado pelos policiais federais, Jefferson afirmou que “não houve nenhum desrespeito”. Neste momento, porém, ele disse que precisou “aturar três flamenguistas na viagem, sendo eu botafoguense”. “Indagado acerca das circunstâncias da prisão, disse o seguinte: não houve nenhum problema com a minha prisão e não tenho nenhuma reclamação. Só tive que aturar três flamenguistas na viagem, sendo eu botafoguense. Não tenho nada a acrescentar, fui muito bem tratado, não houve nenhum desrespeito”, diz um trecho da ata.

Em outro momento, questionado sobre suas condições de vida, o ex-deputado federal afirmou: “casado, possui 3 filhos, 6 netos, político, presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), não possui vícios, não bebe e não fuma, ‘dou uma por semana quando Deus me ajuda’, possui doenças crônicas, câncer, tendo sido internado mais de 20 (vinte) vezes, e trata de infecção renal, faz uso de vários remédios de uso contínuo, possui cirurgia de stent marcada para daqui alguns dias, não possui aplicações, possui cerca de 6 (seis) mil reais em conta corrente, não possui poupança, reside no imóvel de sua esposa”.

O advogado de Jefferson, Luiz Gustavo Pereira da Cunha, solicitou que ele fosse transferido para prisão domiciliar, em razão do estado de saúde do cacique do PTB. O defensor também afirmou que o ex-parlamentar estaria “jurado de morte” por várias facções, razão pela qual permanecer preso poderia representar um risco de vida. Ao final da audiência, o juiz Airton Vieira determinou que os autos fossem enviados a Alexandre de Moraes, para que o ministro avalie a conversão do regime. “Sigam os autos para o senhor ministro relator, para que possa apreciar a questão ora requerida, vale dizer, conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar do custodiado Roberto Jefferson”, escreveu.

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