Sociedade Brasileira de Infectologia recomenda que vacinação de adolescentes seja retomada

Bruce Petersons
Bruce Petersons

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou uma nota nesta sexta-feira, 17, em que criticou a decisão do Ministério da Saúde e recomendou que a vacinação contra a Covid-19 de adolescentes sem comorbidades seja retomada. A entidade rebateu argumentos utilizados pela pasta e lembrou que o imunizante da Pfizer foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação em pessoas de 12 a 17 anos. “Esperamos que o Ministério da Saúde reconsidere seu posicionamento, especialmente considerando a inexistência de evidências científicas contrárias ao uso da vacina Pfizer/BioNTech em adolescentes e a fundamental importância de vacinarmos o maior número possível de brasileiros com a maior rapidez”, diz o comunicado. A SBI afirma que o número de reações adversas registradas entre os adolescentes é pequeno e corresponde a apenas 0,043% dos 3,5 milhões de vacinados.

“Os benefícios da vacinação de adolescentes superam substancialmente os riscos. A incidência de eventos adversos graves, como miocardite ou pericardite, é de 16/1.000.000 de pessoas que recebem duas doses da vacina. A própria Covid-19 pode causar danos cardíacos relevantes, tanto em adultos como em adolescentes, com uma frequência mais elevada”, diz. A entidade reiterou que vários países já iniciaram a vacinação de adolescentes e que há investigação de eventos adversos nesta população. No entanto, lembrou que em nenhum local houve a suspensão da imunização deste grupo. A SBI afirma ainda que, considerando a redução do número de casos e mortes, suspender a vacinação desta faixa etária nesse momento pode prejudicar o bom andamento do controle da pandemia no território nacional, bem como gerar insegurança quanto ao uso dos imunizantes. “A Sociedade Brasileira de Infectologia recomenda que a vacinação de adolescentes seja retomada, sem que haja prejuízo de outros grupos prioritários, como idosos, indivíduos com doenças crônicas e imunossuprimidos”, concluiu.

 

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