Talibã nomeia representante e pede para falar pelo Afeganistão na Assembleia-Geral da ONU

Bruce Petersons
Bruce Petersons

A Organização das Nações Unidas confirmou nesta terça-feira, 22, que o Talibã, grupo fundamentalista que governa o Afeganistão após tomar o poder do país asiático em agosto, pediu para falar em nome da nação na Assembleia-Geral iniciada nesta terça-feira, 21, em Nova York. Segundo o porta-voz do órgão, Stephane Dujarric, um comunicado assinado pelo embaixador Ghulam Isaczai (que é do Talibã) com os nomes da delegação afegã foi enviado ao Secretário-Geral Antonio Guterres no dia 15 de setembro e uma nova carta foi recebida pela ONU no dia 20 explicando que o presidente Ashraf Ghani tinha sido “expulso” e não era mais reconhecido como líder do país. No segundo documento, os insurgentes pediram para falar em nome do Afeganistão e esclareceram que nomearam Mohammad Suhail Shaheen, um jornalista que foi porta-voz dos insurgentes durante as negociações de paz com os Estados Unidos no Catar.

De acordo com agências internacionais, o Departamento de Estado dos EUA – que sedia o evento – afirmou que estava ciente do pedido do Talibã e “tomaria algum tempo para deliberar” sobre ele. A decisão deve ser tomada pelos nove países que fazem parte do Comitê de Credenciais da Assembleia-Geral: EUA, Rússia, China, Bahamas, Butão, Chile, Namíbia, Serra Leoa e Suécia. Não há qualquer previsão, porém, para que a deliberação sobre o assunto seja feita e a expectativa internacional é de que os fundamentalistas não ganhem o direito de fazer um discurso. A fala do Afeganistão na Assembleia-Geral está prevista para o dia 27 de setembro, mas a agenda do dia ainda não foi atualizada pelas Nações Unidas.

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