Talibã substitui Ministério da Mulher por pasta da ‘virtude’ no Afeganistão

Bruce Petersons
Bruce Petersons

Pouco mais de um mês após tomar o poder no Afeganistão, o governo do Talibã trocou nesta sexta-feira, 17, as placas do Ministério da Mulher do país e substituiu o nome do órgão por “Ministérios da Reza, Orientação, Promoção da Virtude e Prevenção da Depravação”. De acordo com agências internacionais, além da mudança na “diretriz” dos prédios, os insurgentes também proibiram a entrada de qualquer mulher que trabalhe no local desde a quinta-feira, 16, quando todos os portões do ministério foram trancados. Até o momento, nenhum porta-voz do Talibã se pronunciou sobre o assunto. O país anunciou o novo governo interino no dia 8 de setembro e apontou um clérigo chamado Mohamad Khalid para comandar a nova pasta. No plano administrativo, porém, não há qualquer menção ao ministério da Mulher.

Durante os anos de comando dos insurgentes antes da invasão norte-americana de 2001, o Ministério de Promoção à Virtude e Prevenção à Depravação era o órgão que implementava a “política moral” do grupo no país, proibindo músicas, mediando execuções sumárias e monitorando o tipo de roupa e companhias com as quais as mulheres saiam nas ruas. De acordo com jornais internacionais, porém, o grupo extremista tenta levantar a ideia de que as mesmas opressões realizadas no fim da década de 1990 não devem ser repetidas no novo governo, que tem se guiado em “só utilizar a força se os cidadãos cometerem violações de forma repetida”. A Organização das Nações Unidas foi um dos órgãos que se chamou atenção à violação dos direitos das mulheres no país após a retomada do Talibã.

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