Thaméa Danelon comenta vídeo de Barroso: ‘Guerra de Poderes só existe quando alguém extrapola Constituição’

Bruce Petersons
Bruce Petersons

O programa Pânico recebeu nesta quarta-feira, 11, a procuradora da República, Thaméa Danelon. Em entrevista, ela relembrou sua passagem pela Operação Lava Jato e afirmou que o STF acabou com a investigação. “Nós tentamos, conseguimos prender muita gente grande. Na época da Lava Jato, quando o STF não estava acabando com a Lava Jato, a população acreditava na mudança. A gente mostrou que é possível mudar, os grandes mostraram que não querem. A gente trabalhou muito por isso, meus colegas de Curitiba deram o sangue, trabalhavam pelo patriotismo. A gente fez o nosso papel. A gente cumpriu nosso papel, a gente esperava que fosse possível mudar. O recado é: ‘Procuradores que trabalham com a corrupção, não adianta, a gente vai vencer vocês. A gente vai engolir vocês.’ Não dá para trabalhar assim.”

A procuradora ainda opinou sobre o suposto áudio vazado de Luís Roberto Barroso, ministro do STF e presidente do TSE. A conversa em questão flagrou o membro da Corte dizendo que ‘eleição não se vence, se toma’. Para Thaméa, o momento se trata de uma tentativa de ir além do que está estabelecido na Constituição. “Acho que está havendo uma guerra de Poderes, e essa guerra só acontece quando um poder vai além da constituição. Se cada um exercer a sua competência, não vai ter crise nem essa problemática toda. De um modo geral, falta um pouco de seriedade. Agem muito com paixão, e ideologia política. Falta pensar no povo e na sociedade. O objetivo do servidor público é servir o povo. Ultimamente está havendo muito descumprimento da lei.”

Danelon esclareceu o motivo pelo qual não acredita na suspeição de Sergio Moro e porque acha improvável que o ex-ministro da Justiça concorra para algum cargo na eleição de 2022. “O Brasil não está preparado para receber bons homens públicos. É um completo absurdo, não tem a menor razoabilidade. Não tem elemento jurídico nenhum, que demonstra suspeição. A suspeição não é porque ele virou ministro, nem porque ele prendeu o Lula. Todas as provas e indicativos estão lá. São provas recheadas de evidências. Existem trocas de e-mails, é tudo comprovado. O STF em nenhum momento diz que o Lula é inocente, ele anulou o processo.”

Confira na íntegra a entrevista com Thaméa Danelon:

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