USP vai investir em conscientização sobre a vacina após exigir imunização para aulas presenciais

Bruce Petersons
Bruce Petersons

O reitor da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan, está confiante que os alunos e funcionários da instituição vão acatar o pedido e se vacinar contra a Covid-19 antes da retomada das aulas presenciais no 2º semestre letivo. Ele acredita que pode ter algumas resistências, afinal o grupo representa cerca de 110 mil pessoas. “O que estamos fazendo também é reforçando as ações de conscientização. Apresentando vídeos, explicando a importância da vacina, que uma pessoa não imunizada em uma comunidade vacinada será o vetor de transmissão. Como a vacina não garante 100% de proteção, essa pessoa pode prejudicar os colegas e toda a comunidade”, explicou.

Ele garantiu que, se tiver reações contrárias de grupos pequenos, procedimentos serão tomados — apesar de ainda não estarem definidos quais. “Minha opinião é que temos que respeitar a maioria. Nesse caso, é questão de saúde e de vida.” Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Agopyan lembrou que a abertura preliminar das unidades de educação dos Estados Unidos e no Reino Unido causou problemas. “Eu sei que os jovens tem predisposição menor de contrair doenças e, quando são infectados, têm reações mais brandas. No entanto, a recomendação dos especialista é garantir que todos estejam imunizados. Temos experiências negativas no hemisfério norte no ano passado, nos EUA e no Reino Unido, em que houve retorno sem imunização e, depois de algumas semanas, as universidades encerraram as atividades.”

Para quem ainda não estiver vacinado com as duas doses ou não recebeu nenhuma por algum motivo de saúde, as aulas vão continuar de forma remota. “A recomendação para começo de outubro é priorizar as aulas laboratoriais. Quem não puder em outubro, vai começar depois”, destacou. Ele elogiou a forma que a USP adotou as aulas remotas e a reação dos alunos e funcionários, mas reforçou a necessidade da retomada presencial. “Nós somos uma universidade de pesquisa. O diferencial é ter o aluno no ambiente de pesquisa. Quando está remoto, sempre vai faltar alguma coisa. Por um lado, eu quero a volta rápida das atividades. Por outro, tenho receio de criar algum transtorno para esse jovens. É uma decisão muito dura.”

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