Voto impresso: Núcleo duro do Centrão foi fundamental para derrota do governo na Câmara

Bruce Petersons
Bruce Petersons

A derrota do governo na votação da PEC do voto impresso teve participação central do núcleo duro do Centrão, aliados do presidente Jair Bolsonaro no Congresso. Dos 81 deputados do PL, de Valdemar Costa Neto, e do Progressistas, presidido pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, apenas 27 foram a favor da mudança do sistema de votação do país. Na noite desta terça-feira, 10, a Câmara dos Deputados rejeitou a proposta, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF) – o Palácio do Planalto conseguiu o apoio de 229 parlamentares, mas, por se tratar de uma emenda à Constituição, eram necessários 308 votos em duas votações.

Nestas duas legendas, 36 deputados votaram contra a proposta cara a Bolsonaro e outros 18 parlamentares se ausentaram e simplesmente não votaram. Considerando apenas os votos favoráveis, o índice de fidelidade do PP foi de 39%; o do PL, de 26,8%. A título de comparação, no DEM e no MDB, partidos que se dizem independentes ao governo, a adesão à PEC foi, respectivamente, de 48,1% e 45,4%. No partido Novo, 5 dos 8 membros da bancada (62,5%) aprovaram a matéria. No PSDB, sigla que pretende lançar um candidato à Presidência da República nas eleições de 2022, 14 dos 32 deputados votaram favoravelmente à proposta, o que representa 43,75% da bancada tucana. Além disso, Fernando Coelho Filho (DEM-PE), filho do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), foi contrário à proposta.

Presidido nacionalmente pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), o Progressistas é o partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR). A legenda também deve abrigar o ministro das Comunicações, Fábio Faria, filiado ao PSD, de Gilberto Kassab, desde 2011. O PL, por outro lado, é a legenda da ministra Flávia Arruda, da Secretaria de Governo, responsável pela articulação política. Como a Jovem Pan mostrou, a sigla também pode ser agraciada com o comando do Ministério do Turismo – o presidente Jair Bolsonaro estuda nomear o senador Jorginho Mello (PL-SC) para o cargo.

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