Taxação do Aço e Alumínio: Impactos Negativos na Parceria Comercial entre as Indústrias do Brasil e EUA, Avalia CNI

Bruce Petersons
Bruce Petersons

A recente decisão dos Estados Unidos de impor uma taxação de 25% sobre as exportações de aço e alumínio do Brasil gerou fortes críticas da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A medida, que entrou em vigor no dia 12 de março de 2025, representa um grande desafio para a indústria brasileira e afeta diretamente a relação de complementariedade entre as indústrias do Brasil e dos EUA. Ricardo Alban, presidente da CNI, destacou a importância do diálogo bilateral para buscar uma solução eficaz, mas alertou sobre os prejuízos dessa taxação para a competitividade das indústrias brasileiras.

Ricardo Alban, ao comentar sobre a nova tarifa imposta aos produtos brasileiros, enfatizou que a decisão norte-americana mostra uma falta de percepção em relação aos benefícios mútuos gerados pela parceria histórica entre as indústrias dos dois países. A indústria brasileira de aço e alumínio tem, ao longo dos anos, sido um pilar importante para as exportações dos EUA, especialmente no fornecimento de produtos intermediários, como matérias-primas para a fabricação de equipamentos e componentes automotivos. A taxação, portanto, compromete essa cadeia de valor que beneficia as indústrias de ambos os países, dificultando o fluxo comercial e ampliando os custos para os produtores brasileiros.

De acordo com a análise de Alban, as indústrias dos Estados Unidos e do Brasil têm uma relação comercial de longo prazo que valoriza a complementariedade entre os setores industriais de ambos os países. O Brasil é um fornecedor essencial de produtos como ferro, aço e alumínio, que têm grande importância para a indústria norte-americana. Além disso, o Brasil também é um grande comprador de bens e equipamentos dos EUA, o que torna a relação comercial entre os dois países mutuamente vantajosa. A taxação imposta pelos EUA vai na contramão dessa parceria estratégica, prejudicando a cooperação e o desenvolvimento econômico conjunto das indústrias dos dois países.

O presidente da CNI também reconheceu os esforços do governo brasileiro em buscar uma solução para a taxação, mas ressaltou que é fundamental que as negociações se mantenham firmes e eficazes. A busca por um acordo que possa reverter os impactos dessa medida será crucial para restabelecer o equilíbrio comercial entre os dois países e preservar a histórica relação de complementariedade entre as indústrias brasileiras e norte-americanas, que tem sido a base das exportações e importações entre os dois países, especialmente nos setores de transformação industrial e alta tecnologia.

Além dos efeitos diretos sobre o comércio de aço e alumínio, a taxação imposta pelos EUA também pode afetar a posição do Brasil nas exportações de outros produtos essenciais. Em 2024, o Brasil exportou US$ 31,6 bilhões em produtos industriais para os Estados Unidos, consolidando esse mercado como um dos principais destinos das exportações brasileiras. A taxação de 25% pode reduzir a competitividade dos produtos brasileiros no mercado norte-americano, comprometendo não apenas as indústrias de aço e alumínio, mas também outras áreas estratégicas da economia brasileira, afetando todo o setor industrial.

O impacto da tarifa sobre o alumínio também é significativo, uma vez que os Estados Unidos são um dos maiores destinos das exportações brasileiras desse metal. Em 2024, o Brasil exportou 16,8% do seu alumínio para os EUA, movimentando cerca de US$ 267 milhões. A medida que impõe tarifas mais altas sobre essas exportações pode afetar diretamente o volume de negócios e a dinâmica do mercado, prejudicando tanto as indústrias brasileiras quanto os consumidores norte-americanos que dependem do fornecimento de alumínio de alta qualidade para suas fábricas e produtos.

Em resposta a essa situação, Ricardo Alban destacou que, apesar das dificuldades, o diálogo contínuo será a chave para resolver a disputa. O Brasil não pode aceitar passivamente as taxas elevadas e, ao mesmo tempo, deve buscar alternativas de negociação para manter a parceria histórica com os EUA. A CNI, juntamente com as associações setoriais, se compromete a atuar junto ao governo brasileiro para encontrar a melhor solução para reverter essa medida e restabelecer o equilíbrio comercial entre as indústrias dos dois países, garantindo que a relação bilateral continue a ser benéfica para ambos.

A situação exige que o Brasil adote uma postura firme nas negociações, mas também seja estratégico ao buscar um entendimento que favoreça os interesses de sua indústria e preserve a relação de longo prazo com os Estados Unidos. A taxação do aço e do alumínio, embora tenha gerado descontentamento, também abre a oportunidade de repensar e fortalecer os mecanismos de cooperação bilateral. No entanto, para que a solução seja efetiva, será necessário muito mais do que um simples ajuste nas tarifas; será necessário um compromisso renovado com a complementariedade e o desenvolvimento conjunto das economias e indústrias dos dois países.

Autor: Bruce Petersons
Fonte: Assessoria de Comunicação da Saftec Digital

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