União Europeia lidera barreiras comerciais a produtos brasileiros; veja ranking

Bruce Petersons
Bruce Petersons

Levantamento da CNI mostra que, de 85 barreiras qualificadas e notificadas pelo governo brasileiro, 18 são impostas pelo bloco europeu

Uma a cada cinco barreiras comerciais qualificadas e notificadas ao governo brasileiro são impostas pela União Europeia. A informação consta em levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em conjunto com entidades setoriais e visa contribuir para a estratégia de superação das restrições às exportações brasileiras.

A edição deste ano do levantamento mostra que, das 85 barreiras qualificadas e notificadas, 18 são impostas pelo bloco europeu. Os mercados que mais se aproximam são o chinês e o japonês, que somam sete restrições cada (menos da metade do registrado pela União Europeia).

Confira os mercados que impõem mais barreiras ao Brasil:

União Europeia: 18
China: 7
Japão: 7
Argentina: 6
Arábia Saudita: 5
México: 5

Em entrevista Constanza Negri, gerente de Integração e Comércio Exterior da CNI, defende que o governo federal deve “considerar todas as ferramentas possíveis e ações viáveis” para eliminar barreiras e medidas restritivas que ‘criam discriminações injustificadas”.

“Essa avaliação deve ser feita com muito cuidado, através de uma análise detalhada e cautelosa, mas com o pragmatismo necessário para reconhecer que se essas medidas não forem eliminadas é preciso ir a outras alternativas”, disse, sem mencionar quais seriam essas opções mais drásticas.

Considerando números de 2023 compilados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), dos US$ 151 bilhões vendidos para União Europeia e China, US$ 79 bi estão expostos aos obstáculos. Isso equivale a 23% do valor exportado pelo Brasil no ano passado.

Das 85 barreiras identificadas, 22 dizem respeito a restrições sanitárias e fitossanitárias, 17 de regulamento técnico, 17 de imposto de importação, nove de sustentabilidade, cinco de licenciamento de importação e 15 outras medidas, como cota tarifária de importação e subsídios.

A CNI reconhece, no entanto, esforços do governo para derrubar restrições. O documento destaca progresso alcançado na mitigação e eliminação de três barreiras específicas: uma relacionada aos têxteis na Argentina, outra aos cosméticos na China e a terceira aos alimentos no Peru.

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